sábado, 25 de fevereiro de 2012

O MILAGRE EUCARÍSTICO DE LANCIANO


MILAGRE EUCARISTICO DE LANCIANO

LANCIANO

ITALIA

750

Na igreja de São Francisco, uma inscrição do seculo XVII, feita em mármore narra o Milagre Eucarístico ocorrido na cidade de Lanciano (750): “Um monge sacerdote duvidou que na Hóstia consagrada estivesse realmente presente o Corpo de Cristo e no Cálice o seu Sangue. Celebrou a missa e depois de pronunciar as palavras da consagração, viu que a Hóstia tinha-se transformado em Carne e o vinho em Sangue. Tudo isso foi mostrado ao povo.”
Até hoje a Carne está inteira e o Sangue, dividido em cinco partes iguais, possui o mesmo peso estando as partes unidas ou separadas.

Em 1970, o Arcebispo de Lanciano e o Provincial dos Frades Conventuais de Abruzzo, autorizados por Roma, pediram ao doutor Edoardo Linoli, director do hospital de Arezzo e professor de Anatomia, Histologia Química e Microscopia Clínica, uma minuciosa análise científica das Relíquias de um Milagre de doze séculos atrás. No dia 4 de março de 1971, o professor apresentou um relatório detalhado dos estudos realizados. Eis as conclusões:
1 – A “Carne milagrosa” é verdadeiramente carne do tecido muscular fibroso do miocárdio.
2 – O “Sangue milagroso” é verdadeiro sangue, demonstrado, com certeza absoluta, pela análise cromatográfica.
3 – O estudo imunológico manifesta seguramente que a carne e o sangue são humanos e a prova imunológica revela com segurança que ambos pertencem ao grupo sangüíneo AB, o mesmo grupo do homem do Santo Sudário e característico das populacões do Oriente Médio. Esta identidade do grupo sangüíneo indica ou que a Carne e o Sangue são da mesma pessoa ou que pertencem a dois indivíduos do mesmo grupo sangüíneo.
4 – As proteínas contidas no Sangue estão normalmente distríbuidas numa percentagem idêntica às de um sangue fresco normal.
5 – Nenhuma sessão de histologia revelou traços de infiltrações de sais ou de conservantes utilizados nas antigas civilizações para mumificar corpos.
O professor Linoli descarta também a hipótse que alguém, no passado, quisesse realizar uma fraude. O seu relatório foi publicado nos “Quaderni Sclavo in Diagnostica” (fasc. 3, Gráfica Meini, Sena, 1971) e causou um grande interesse no mundo ciêntífico.
Em 1973 o Conselho Superior da Organização Mundial de Saúde, organismo da ONU, nomeou uma comissão ciêntífica para verificar as conclusões do médico italiano. Os trabalhos duraram 15 meses e foram feitos 500 exames. Realizaram-se as mesmas pesquisas feitas pelo professor Linoli e outras complementares. Os exames confirmaram que os fragmentos retirados em Lanciano não são semelhantes a tecidos mumificados. A comissão declarou que a Carne é um tecido vivo porque responde a todas as reacções clínicas próprias dos seres vivos. A Carne e o Sangue milagrosos de Lanciano tem as mesmas características de carne e sangue recém extraídos de um ser vivo. Esse relatório confirma as conclusões do professor Linoli. As conclusões do pequeno resumo dos trabalhos ciêntíficos da Comissão Médica da OMS e da ONU, publicado em dezembro de 1976 em Nova York e em Genebra declaram que a ciência, consciente dos seus limites, não é capaz de dar uma explicação natural aos fenômenos.

Obs:
As descrições dos Milagres Eucaristicos aqui apresentados foram retirados do site: http://www.therealpresence.org/index.html

O Milagre Eucarístico de Roma


Este milagre, cuja Relíquia está guardada até aos dias de hoje em Andechs, Alemanha e confirmado por numerosos documentos. Aconteceu em Roma no ano 595 durante uma Celebração Eucarística presidida pelo Papa São Gregório Magno. Uma nobre dama romana, assaltada pela dúvida sobre a presença real do Senhor no pão consagrado, deu uma gargalhada no momento em que ia receber a Comunhão. O Pontífice, perturbado, não permitiu que ela comungasse e nesse mesmo instante as espécies se transformaram em Carne e Sangue.

Entre as obras mais importantes que mencionam este milagre que aconteceu em Roma no ano 595, está a Vita beati Gregorii Papae (787) de autoria do Diácono Paulo.
Era costume naquele tempo que o pão utilizado para a celebração Eucarística fosse preparado pelos proprios fiéis. O Papa São Gregório Magno foi testemunha directa deste Milagre. Quando o Papa celebrava a missa dominical na antiga igreja dedicada a São Pedro, no momento de dar a Comunhão, viu que uma das senhoras que havia preparado o pão estava na fila dando gargalhadas. O Pontífice perplexo repreendeu-a duramente e perguntou porque ela se comportava daquele jeito. Ela se justificou dizendo que não conseguia acreditar que naquele pão que ela mesma tinha preparado estivesse o Corpo de Cristo. São Gregório, então, não permitiu que a mulher comungasse e implorou a Deus que a iluminasse. Assim que o Papa terminou de rezar, o pedaço de pão que a mulher preparou tinha-se transformado em Carne e Sangue. A mulher arrependida, se ajoelhou e começou a chorar. Ainda hoje, uma parte da Relíquia está guardada em Andechs, Alemanha, no Mosteiro Beneditino local.

Obs:
As descrições dos Milagres Eucaristicos aqui apresentados foram retirados do site: http://www.therealpresence.org/index.html

O Milagre de Scetis

A narracão desse milagre Eucaristico vem dos primeiros séculos do cristianismo e faz parte da coletânea de apotegmas dos Padres do Deserto que viviam no Egipto como eremitas para seguir o exemplo de Santo Antonio Abade. Um monge duvidou da presenca real de Jesus no pão e vinho consagrados e durante a missa, depois da consagração, no lugar do pão estava o Menino Jesus. Outros três monges que assistiam á Missa tiveram a mesma visão.

Nos apotegmas dos Padres do Deserto, encontramos a descrição de um antigo Milagre Eucarístico. O Padre Daniel, o Faranita conta: “O nosso Padre Arsênio nos dizia que um monge de Scetis era muito trabalhador, mas rude em matéria de fé. Por ignorância, se equivocava quando dizia: “o pão que comemos não é realmente o Corpo de Cristo, mas um símbolo.” Dois padres mais velhos que o ouviram falar, sabendo que ele era um homem piedoso e de bom coração, pensaram que dizia isso sem malícia e por ignorância, assim que foram falar com ele: “Pai, ouvimos dizer que uma pessoa diz coisas contrárias à fé, diz que o pão que recebemos não é realmente o Corpo de Cristo, mas é um símbolo.” O monge lhes disse: “Sou eu que o diz!” Entao os anciãos começaram a exortá-lo: “Tu nao deves crer nisto, mas naquilo que a Igreja Católica transmite. Nós acreditamos que este pão é o Corpo de Cristo e que este Cálice é o Sangue de Cristo e não um símbolo.” (…), Mas o monge respondeu: “se não acontece nada que me convença do contrário, não mudo de ideia.” Os dois padres anciãos lhe disseram: “Durante toda a semana rezaremos a Deus sobre este Mistério e acreditamos que Ele o desvelará. (…)
No Domingo seguinte, os três foram à igreja e se puseram num lugar à parte, o monge incrédulo estava sentado no meio dos outros dois. Os olhos deles se abriram quando o pão para o Santo Sacrifício da Missa foi colocado sobre o Santo Altar e viram que no lugar dele havia um menino. Somente os três monges tiveram essa visão; quando o sacerdote estava para partir o pão, eis que desceu do céu um anjo do Senhor com uma espada e sacrificou o menino e versou o seu sangue no cálice e quando o sacerdote partiu o pão em pequenos pedacos, o anjo fez o mesmo com a criança.
No momento em que eles se aproximaram para receber os santos dons, o monge incrédulo recebeu carne ensagüentada. Diante daquela visão, ele aterrorizado gritou: “Creio, ó Senhor, que o pão é o teu Corpo e o Cálice o teu Sangue!” Imediatamente a carne que estava nas suas mãos tomou as aparências do pão, conforme o Mistério e ele comungou dando graças a Deus.”

Paróquia Santuário São Judas Tadeu - Sacramentos - Eucaristia

Paróquia Santuário São Judas Tadeu - Sacramentos - Eucaristia

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

O Sacramento da Eucaristia ( Dom Henrique)

Há ainda muito para ser visto. É assim mesmo: quando o mistério é grande demais, nossas palavras e idéias tornam-se tão pobres para exprimi-lo!
No presente artigo, veremos que a Eucaristia é realmente o sacrifício de Cristo. Trata-se de uma convicção presente na fé da Igreja e, no entanto, foi infelizmente contestada pelos Reformadores protestantes. Vamos seguir o Catecismo da Igreja Católica.
Recordemos: Cristo instituiu a Eucaristia na véspera de seu sacrifício e num clima sacrifical: “É o meu corpo, entregue por vós; é o meu sangue por vós derramado!” Assim, na Eucaristia, é o próprio Cristo, na sua entrega, no seu sacrifício, que se oferece ao Pai por todos nós. Mas, como poder ser isso? A Carta aos Hebreus diz claramente que Jesus se ofereceu por nós uma vez por todas: “Cristo não precisa, como os sumos sacerdotes, oferecer sacrifícios a cada dia, primeiramente por seus pecados e depois pelos do povo. Ele já o fez uma vez por todas, oferecendo-se a si mesmo” (Hb 7,27). “Ele entrou uma vez por todas no Santuário, não com o sangue de bodes e de novilhos, mas com o próprio sangue, obtendo uma redenção eterna” (Hb 9,12). “Cristo (...) entrou no próprio céu, a fim de comparecer agora diante da face de Deus a nosso favor. E não foi para oferecer-se a si mesmo muitas vezes, como o Sumo Sacerdote que entra no Santuário cada ano com sangue de outrem” (Hb 9,24s). “Cristo foi oferecido uma vez por todas para tirar os pecados da multidão” (Hb 9,28b). “Somos santificados pela oferenda do corpo de Jesus Cristo, realizada uma vez por todas. De fato, com esta única oferenda, levou à perfeição, e para sempre, os que ele santifica” (Hb 10,10.14).
Como, pois, podemos afirmar que a Eucaristia celebrada continuamente pela Igreja até que o Senhor venha, é o sacrifício de Cristo? Recordemos, primeiramente, o que já foi dito sobre o memorial bíblico: este não é somente a recordação ou a repetição dos acontecimentos do passado, mas a proclamação da ação salvadora de Deus. Foi assim com a Páscoa dos judeus; assim também com a Páscoa de Cristo: cada vez que a Igreja celebra a Eucaristia, ela faz memorial do sacrifício do seu Senhor, isto é, torna-se presente sobre o Altar, na potência do Espírito Santo, que supera o tempo e o espaço, o único, irrepetível e eterno sacrifício do Senhor morto e ressuscitado! Assim, quando a Comunidade eclesial faz memorial da Páscoa do Cristo e esta se torna presente nos tempos do nosso tempo, da nossa vida, é o próprio sacrifício do Cristo oferecido uma vez por todas, sua oferta amorosa e eterna ao Pai, que permanece sempre presente e atual na nossa vida. Por isso, a Igreja ensina que toda vez que o sacrifício da cruz, com o qual Cristo, nosso Cordeiro pascal, foi imolado, é celebrado sobre o Altar, realiza-se a obra da nossa redenção. No sacrifício eucarístico, Cristo nos dá o mesmo Corpo que entregou por nós na cruz e o mesmo Sangue que derramou por todos, para a remissão dos pecados. Assim, a Eucaristia torna presente (= re-presenta) o sacrifício da cruz, pois é seu memorial. Eis o ensinamento do Concílio de Trento: “Cristo, Deus e Senhor nosso, mesmo tendo se imolado a Deus Pai uma só vez morrendo sobre o altar da cruz para realizar uma redenção eterna, porque, todavia, o seu sacerdócio não deveria extinguir-se com a morte (Hb 7,24.27), na última Ceia, na noite em que foi entregue, ele quis deixar à Igreja, sua amada Esposa, um sacrifício visível, como exige a natureza humana, com o qual fosse aquele sacrifício cruento que ele ofereceu uma vez por todas sobre a cruz, prolongando sua memória até fim do mundo (1Cor 11,23) e aplicando a sua eficácia salvífica para a remissão dos nossos pecados cotidianos”. Assim, o sacrifício da cruz e o sacrifício da Missa são um único sacrifício. Como ensina ainda o Concílio de Trento: “Trata-se, com efeito, de uma só e idêntica vítima e o mesmo Jesus se oferece pelo ministério dos sacerdotes, ele que um dia se ofereceu a si mesmo na cruz. Neste divino sacrifício, que se realiza na Missa, está contido e imolado de modo incruento o mesmo Cristo que se ofereceu uma só vez de modo cruento no altar da cruz”.
Este sacrifício, oferecido pelo Cristo ao Pai, é também sacrifício da Igreja, já que esta é Corpo de Cristo, e ele é Cabeça do Corpo eclesial. Com ele, a Igreja se oferece toda inteira ao Pai na unidade do Espírito Santo, e se une à eterna intercessão dele, que é o único mediador entre Deus e os homens. Assim, é toda a Igreja que é unida à oferta e intercessão de Cristo! E quando eu digo Igreja, refiro-me à Igreja da terra, que peregrina rumo à Pátria, à Igreja que se purifica e à Igreja da Glória, com a Virgem e todos os anjos e santos!
Veremos, no próximo tópico, que a Eucaristia é, também, banquete, é presença real de Cristo e faz a unidade da Igreja.

O Sacramento da Eucaristia


Pe. Henrique Soares da Costa
Vamos, agora, tratar de Eucaristia, o último dos sacramentos da iniciação cristã, o último dos sacramentos que nos inserem na vida do Cristo morto e ressuscitado, fazendo-nos plenamente cristãos. Trata-se do maior e mais sublime de todos os sacramentos, o Sacramento por excelência – o Santíssimo Sacramento!
Como falar deste sacramento é muito complexo, dada a riqueza e a pluralidade de facetas da Eucaristia, vamos seguir o esquema do Catecismo da Igreja Católica, comentando-o e aprofundando-o. E vamos iniciar precisamente citando Catecismo: O nosso Salvador instituiu na Última Ceia, na noite em que foi entregue, o sacrifício eucarístico do seu Corpo e do seu Sangue, para perpetuar no decorrer dos séculos, até ele voltar, o sacrifício da cruz, e para confiar, assim, à Igreja, sua amada esposa, o memorial da sua morte e ressurreição: sacramento de piedade, sinal de unidade, vínculo de caridade, banquete pascal em que se recebe Cristo, a alma se enche de graça e nos é dado o penhor da glória futura” (n. 1323). Estas palavras resumem de modo admirável o sentido e a riqueza da Eucaristia. Já aqui é interessante observar algo muito importante: quando falamos em Eucaristia não estamos pensando primeiramente na hóstia e no vinho consagrados, mas sim na Celebração eucarística, isto é, na Missa, sacrifício eucarístico do Corpo e do Sangue do Senhor, para perpetuar no decorrer dos séculos, até que ele venha, o sacrifício da cruz! Então, a Eucaristia é a Missa! Mas, que significa “missa”? Onde, nas Escrituras Sagradas, se fala nela?
No decorrer da história este sacramento teve vários nomes, cada um deles sublinhando um aspecto deste mistério tão rico.
Primeiramente chamou-se “Eucaristia”, palavra grega que significa, “ação de graças”. O termo aparece muitas vezes o Novo Testamento e refere-se à bênção de ação de graças que tantas vezes Jesus pronunciou nas suas refeições com os discípulos: “E tomou o pão, deu graças (= eucaristizou), partiu e distribuiu-o entre eles, dizendo: ‘Isto é o meu corpo que é entregue por vós” (Lc 22,19); “O Senhor Jesus tomou o pão e, depois de dar graças (= eucaristizar), partiu-o...” (1Cor 11,23s). Na religião dos judeus, a bênção de ação de graças era proclamação das obras de Deus: a criação, a redenção e a santificação. Israel dava graças pelas grandes obras do Senhor em seu favor. Por isso, os cristãos, cumprindo a ordem do Senhor Jesus, celebram a Ação de Graças a Deus pela sua grande obra: ter entregado o seu Filho desde a encarnação até a consumação na cruz, tê-lo ressuscitado dos mortos e o feito assentar-se à sua direita na glória. Assim, celebrar a santa Eucaristia é bendizer e agradecer a Deus por tudo que nos fez pelo seu santo Filho Jesus.
Outro nome dado à Eucaristia, já no novo Testamento, foi “Ceia do Senhor” (cf. 1Cor 11,20), porque este sacramento é a celebração daquela ceia que o Senhor comeu com os seus discípulos na véspera da Páscoa. Por um lado, aquela ceia era já a celebração ritual, em gestos, palavras e símbolos, daquilo que o Senhor iria realizar no dia seguinte: ele se entregaria totalmente na cruz, iria nos dar seu corpo e seu sangue: “Comei: isto é o meu corpo que será entregue na cruz! Bebei: isto é o meu sangue que será derramado por vossa causa!” Por outro lado, esta ceia sagrada, chamada Última Ceia, já antecipava a ceia das núpcias do Cordeiro, núpcias de Cristo ressuscitado com sua Esposa, a Igreja, na Jerusalém celeste: “Felizes aqueles que foram convidados para o banquete das núpcias do Cordeiro” (Ap 19,9). Participar da Ceia do Senhor é não somente participar da Ceia que Jesus celebrou como memorial de sua paixão, morte e ressurreição, mas também já antecipar, já saborear, na força do Espírito Santo, a ceia do Banquete celeste, quando o próprio Esposo, Jesus, será o alimento eterno para sua Esposa, a Igreja. Em outras palavras: é uma ceia que começa na terra e durará no céu, por toda a eternidade!
Mais um nome para este sacramento santíssimo: “Fração do Pão”. É um nome antigo, presente também já no novo Testamento, sobretudo nos Atos dos Apóstolos. Este rito de partir o pão, típico da ceia judaica, foi muitas vezes repetido por Jesus quando abençoava e distribuía o pão (cf. Mt 14,19; 15,36; Mc 8,6.19) e, sobretudo, na Última Ceia, quando ele partiu o pão. Através desse mesmo gesto, os discípulos reconheceram o Senhor ressuscitado: eles o reconheceram ao partir o pão (cf. Lc 24,13-35). Por tudo isso, os primeiros cristãos usavam a expressão “fração do pão” para designar suas reuniões nas quais, na ceia, partiam o pão como Jesus e em memória de Jesus. Deste modo, os primeiros cristãos queriam revelar a consciência que tinham que todo aquele que come o único pão partido, pão da Eucaristia, que´e o próprio Senhor ressuscitado, entre em comunhão com ele e forma com ele um só corpo, que é a Igreja: “O cálice de bênção que abençoamos não é comunhão com o sangue de Cristo? O pão que partimos não é comunhão com o corpo de Cristo? Já que há um único pão, nós, embora muitos, somos um só corpo, visto que todos participamos desse único pão” (1Cor 10,16s).
Um outro nome, que era caro aos santos doutores da Igreja Antiga, sobretudo os de língua grega, era “Santa Synáxis”, que significa “assembléia”, “reunião”. Isto porque a Eucaristia é para ser celebrada pela Comunidade eclesial presidida pelo ministro ordenado. Onde a Comunidade se reúne para a Eucaristia, aí está a Igreja, povo de Deus reunido no único Espírito Santo, para oferecer o único sacrifício do Filho Jesus para a glória do Pai e salvação do mundo inteiro.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Os girassóis e nós.Pe. Fábio de Melo
Eles são submissos. Mas não há sofrimento nesta submissão. A sabedoria vegetal os conduz a uma forma de seguimento surpreendente. Fidelidade incondicional que os determina no mundo, mas sem escravizá-los.

A lógica é simples. Não há conflito naquele que está no lugar certo, fazendo o que deveria. É regra da vida que não passa pela força do argumento, nem tampouco no aprendizado dos livros. É força natural que conduz o caule, ordenando e determinando que a rosa realize o giro, toda vez que mudar a direção do Regente.

Estão mergulhados numa forma de saber milenar, regra que a criação fez questão de deixar na memória da espécie. Eles não podem sobreviver sem a força que os ilumina. Por isso, estão entregues aos intermitentes e místicos movimentos de procura. Eles giram e querem o sol. Eles são girassóis.

Deles me aproximo. Penso no meu destino de ser humano. Penso no quanto eu também sou necessitado de voltar-me para uma força regente, absoluta, determinante. Preciso de Deus. Se para Ele não me volto corro o risco de me desprender de minha possibilidade de ser feliz. É Nele que meu sentido está todo contido. Ele resguarda o infinito de tudo o que ainda posso ser. Descubro maravilhado. Mas no finito que me envolve posso descobrir o desafio de antecipar no tempo, o que Nele já está realizado.

Então intuo. Deus me dá aos poucos, em partes, dia a dia, em fragmentos.

Eu Dele me recebo, assim como o girassol se recebe do sol, porque não pode sobreviver sem sua luz. A flor condensa, ainda que de forma limitada, porque é criatura, o todo de sua natureza que o sol potencializa.

O mesmo é comigo. O mesmo é com você. Deus é nosso sol, e nós não poderíamos chegar a ser quem somos, em essência, se Nele não colocarmos a direção dos nossos olhos.

Cada vez que o nosso olhar se desvia de sua regência, incorremos no risco de fazer ser o nosso sol, o que na verdade não passa de luz artificial.

Substituição desastrosa que chamamos de idolatria. Uma força humana colocada no lugar de Deus.

A vida é o lugar da Revelação divina. É na força da história que descobrimos os rastros do Sagrado. Não há nenhum problema em descobrir nas realidades humanas algumas escadarias que possam nos ajudar a chegar ao céu. Mas não podemos pensar que a escadaria é o lugar definitivo de nossa busca. Parar os nossos olhos no humano que nos fala sobre Deus é o mesmo que distribuir fragmentos de pólvora pelos cômodos de nossa morada. Um risco que não podemos correr.

Tudo o que é humano é frágil, temporário, limitado. Não é ele que pode nos salvar. Ele é apenas um condutor. É depois dele que podemos encontrar o que verdadeiramente importa. Ele, o fundamento de tudo o que nos faz ser o que somos. Ele, o Criador de toda realidade. Deus trino, onipotente, fonte de toda luz.

Sejamos como os girassóis...

Uma coisa é certa. Nós estamos todos num mesmo campo. Há em cada um de nós uma essência que nos orienta para o verdadeiro lugar que precisamos chegar, mas nem sempre realizamos o movimento da procura pela luz.

Sejamos afeitos a este movimento místico, natural. Não prenda os seus olhos no oposto de sua felicidade. Não queira o engano dos artifícios que insistem em distrair a nossa percepção. Não podemos substituir o essencial pelo acidental. É a nossa realização que está em jogo.

Girassol só pode ser feliz se para o Sol estiver orientado. É por isso que eles não perdem tempo com as sombras.

Eles já sabem, mas nós precisamos aprender.